Haddad diz que governo vai editar MP para aumentar arrecadação e 'recalibrar' decreto do IOF

  • 08/06/2025
(Foto: Reprodução)
Equipe econômica e representantes do Congresso fizeram reunião na noite deste domingo (9) na Residência Oficial da Câmara para encontrar alternativa à alta do tributo anunciada pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite deste domingo (8) que o governo pretende editar uma medida provisória (MP) para aumentar a arrecadação dos cofre públicos e, dessa forma, vai conseguir "recalibrar" o decreto sobre a alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). A equipe econômica do governo se reuniu nesta noite com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de líderes partidários para tentar chegar em um consenso com relação a alterativas sobre o aumento do tributo. O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado a pouco mais de duas semanas pelo governo e causou uma reação negativa por parte do mercado e do Congresso (entenda mais abaixo). Além da recalibragem do decreto do IOF, algumas das mudanças anunciadas por Haddad foram: títulos isentos de IR, como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), vão passar a ter alíquota de 5% de IR; vão aumentar taxação das apostas esportivas para 18% (a alíquota incide no chamado GGR - que é a diferença entre o que a bet fatura com as apostas menos os prêmios pagos aos vencedores). Haddad disse que essas duas mudanças viriam por MP; redução do gasto tributário em pelo menos 10%; discussão sobre redução de gastos primários — disse que líderes vão conversar com as bancadas sobre quais são os projetos em tramitação/temas eles aceitam enfrentar. Correção de distorções "Uma medida que vai ser tomada, uma medida provisória que vai disciplinar determinadas matérias sobre a questão da arrecadação, que visa basicamente o mercado financeiro, o sistema financeiro", pontou Haddad. Segundo o ministro, trata-se de uma medida que corrige distorções no sistema de crédito, na cobrança de impostos sobre títulos e no rendimentos sobre títulos. "São títulos isentos que vão deixar de ser isentos, mas continuarão bastante incentivados", argumentou Haddad. Dentro desse pacote, o ministro ainda comentou alterações para o mercado das bets. "Inclusive, vai entrar um aspecto que vamos explicar amanhã [segunda] que é a questão das bets — apresentar esse mercado, como ele está organizado", adiantou Haddad. "Essa medida provisória vai permitir recalibrar o decreto do IOF", prosseguiu o ministro da Fazenda. No caso das bets, Haddad afirmou que a taxação deve subir de 12%, percentual atual, para 18%, que era a proposição inicial do governo quando o projeto foi enviado ao Congresso. Outra questão que deve mudar tem a ver com o risco sacado, uma modalidade de crédito em que bancos antecipam valores para varejistas que venderam a prazo. O decreto do governo determinou que o IOF passaria a incidir sobre a antecipação. Esse ponto atinge especialmente pequenas empresas que dependem dos valores antecipados para ter capital de giro. Uma das reivindicações de Hugo Motta era para que o governo eliminasse o IOF sobre essas operações, algo que Haddad afirmou que ocorrerá da seguinte forma: a taxa fixa será eliminada e a incidência diária, recalibrada. Outra frente da MP visa equalizar a tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, o que inclui finteches. A alíquota de 9% será excluída e ficará a cobrança de 15% e 20%. O ministro frisou que vai aguardar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar de viagem da França para comunicar o que ficou acordado na reunião. 'Histórica' O presidente da Câmara, Hugo Motta, assim como Haddad, classificou a reunião como "histórica". "O governo, atendendo essa posição do presidente do Senado e do presidente da Câmara, representando as duas casas, hoje [domingo] trouxe essa alternativa onde o decreto será refeito com uma calibragem, diminuindo de forma significativa os seus efeitos. Será anunciado pelo governo com a volta do presidente da República", afirmou Motta. "E para resolver a situação das contas públicas, o governo apresenta uma medida provisória, que na nossa avaliação, ela traz uma compensação financeira para o governo, mas muito menos danosa que a continuidade do decreto do IOF como foi proposto de forma inicial", prosseguiu. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, enfatizou a importância da abertura do diálogo. "Quero exaltar essa relação produtiva para o Brasil. Nós estamos juntos para buscar uma solução estrutural para o Estado brasileiro em relação às contas públicas e ao equilíbrio fiscal e ter a coragem de enfrentar um tema muito sensível, a partir de um decreto estabelecido pelo governo federal que tratava do IOF, a possibilidade de iniciarmos um debate em relação às isenções tributárias no Brasil", afirmou. A reunião entre a equipe econômica e representantes do Congresso começou por volta das 18h na Residência Oficial da Câmara, no Lago Sul, em Brasília, e terminou pouco depois das 23h. Por volta das 23h30 Haddad, Motta e Alcolumbre começaram a falar com a imprensa. Congresso e Executivo buscavam um consenso sobre o assunto. Com a alta do IOF, a equipe econômica previa arrecadar, somente neste ano, R$ 20 bilhões. Haddad se reúne com Motta, Alcolumbre e líderes partidários para apresentar alternativas à alta do IOF Reação negativa O anúncio do decreto do IOF, feito após um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há pouco mais de duas semanas, causou forte reação do mercado e do Congresso. Foram apresentadas mais de 20 propostas para derrubar o decreto nas duras Casas (entenda mais abaixo). Esse movimento fez com que o governo recuasse em parte da medida. Horas após o anúncio, o governo revogou o IOF mais alto sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior, o que deve reduzir o potencial arrecadatório em cerca de R$ 1,4 bilhão. Em uma tentativa de arrefecer a tensão, Haddad chegou a se reunir anteriormente com Motta e Alcolumbre para tratar do assunto. No encontro, realizado em 28 de maio, os presidentes das duas Casas deram um prazo de dez dias para que o Planalto apresentasse alternativas à alta do tributo. Os congressistas ainda cobraram soluções "estruturantes". Haddad afirmou ter dito a Motta e Davi Alcolumbre que a manutenção do decreto era necessária para manter o funcionamento da máquina pública. Neste sábado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que esperava que a decisão fosse tomada ainda neste domingo, após uma reunião. Contudo, na mesma ocasião, não descartou pautar projeto que derruba a alta do IOF. Haddad e Hugo Motta dão entrevista coletiva à imprensa Marina Ramos/Câmara dos Deputados Derrubada de decreto Em pelo menos 25 anos, o Congresso Nacional nunca usou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar um decreto presidencial. 🔎Um PDL é a ferramenta que autoriza o Congresso a derrubar atos normativos do Executivo. O instrumento é bastante raro e tido como grande derrota para o governo.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/06/08/haddad-alternativa-iof.ghtml


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